País deve crescer mais e inflação para 2023 deve ser inferior ao estimado anteriormente
As estimativas tanto de crescimento econômico quanto da inflação foram revistas pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). A justificativa foram os avanços observados na economia do País nos três primeiros meses de 2023. As novas estimativas e as análises do instituto foram divulgadas na Visão Geral da Conjuntura, relatório do instituto, nesta terça-feira (4).
Pelas novas previsões, o Ipea espera que o País cresça mais e que a inflação para 2023 seja inferior ao que foi projetado anteriormente. De acordo com elas, o PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma de todas as riquezas produzidas no País, deve crescer 2,2% neste ano ante previsão anterior de 1,4%, até março.
E a inflação deve ser menor. A previsão da Dimac (Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas), ligada ao Ipea, para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor), utilizado para observar tendências de inflação, caiu de 5,6% para 5,1% neste ano.
Segundo o relatório do Ipea, a revisão da estimativa do PIB para este ano ocorreu depois do crescimento do primeiro trimestre do ano ter superado as expectativas do próprio instituto. A antiga previsão informava crescimento de 1,2% no período se comparado aos três meses anteriores, ou seja, na comparação com os últimos três meses do ano passado. Também que aumentasse 2,7% em relação aos primeiros três meses de 2022. O crescimento, entretanto, foi superior, de 1,9% se comparado ao trimestre anterior e 4% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Por sua vez, a inflação inferior à esperada acontece também por causa da valorização da moeda brasileira, o real, que, junto com a deflação das cotações das commodities, resulta em força que pressiona para baixo os preços no atacado, o que induz a cenário de redução das pressões inflacionárias, a chamada “desinflação”, no varejo e nos preços ao consumidor. Ainda de acordo com o estudo, para o restante do ano, porém, a perspectiva é de estabilidade.
A alta na demanda por commodities brasileiras, que são os produtos oriundos da agropecuária ou de extração mineral, em estado bruto ou pequeno grau de industrialização, produzidos em larga escala e destinados ao comércio externo, motivada, entre outros fatores, pela reabertura econômica da China é um dos fatores detalhados pelos pesquisadores no relatório do Ipea.
Neste ano, no Brasil houve recordes de superávit mensal da balança comercial, que é a diferença entre importações e exportações, puxados pelo crescimento das exportações de commodities como milho, soja, petróleo e minério de ferro.
“Deve prevalecer a combinação de política econômica, política monetária contracionista e política fiscal de forma compensatória e anticíclica. Essa conjugação de fatores justifica a revisão de projeções no sentido de melhor perspectiva para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e para a redução da inflação”, conclui o texto no portal do Ipea.