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Livraria Saraiva enfrenta pedido de falência

Saraiva

Foto/Imagem: Group Publishing

Empresa de softwares cobra R$ 241 mil à Saraiva e alguns atrás 15 dias pediu na Justiça a falência da rede

Mesmo com prejuízos de R$ 15,2 milhões, empresa tem cumprido programa de recuperação judicial

Fundada em 1914 pelo português Joaquim Ignácio da Fonseca Saraiva, próxima à Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, a rede de livrarias Saraiva enfrenta pedido de falência. A empresa, que já foi uma das maiores do setor no Brasil, terá de negociar a quitação de dívida com a empresa de softwares Websoul. Desde 2018 em recuperação judicial, a Saraiva deve R$ 241 mil à companhia, que alguns atrás 15 dias pediu na Justiça a falência da rede.

Mesmo constando no histórico como uma das mais bem-sucedidas no País, a rede opera atualmente no vermelho, e mostrou somente R$ 52,65 no saldo bancário depois de devassa em suas contas. E apesar de trabalhar no vermelho, a empresa cumpre o plano de recuperação judicial, o que, na teoria, torna improvável que haja falência.

Questionada sobre os motivos que levaram a Saraiva a essa situação, a ponto de enfrentar pedido de falência, a Saraiva, por meio de nota, informou que “a questão do pedido de falência, especificamente, se refere a um fornecedor que usa da força jurídica e se recusa a negociar valores e prazos razoáveis de pagamento dentro do contexto de uma companhia que vem cumprindo seu plano de recuperação judicial”.

A rede havia encerrado os três primeiros meses de 2023 enfrentando prejuízo líquido na casa de R$ 15,2 milhões, com a receita líquida apresentando R$ 16,9 milhões no mesmo período. Essa situação força a Saraiva a tanto negociar a dívida quanto ter de se explicar à Justiça.

A apresentação oficial dos resultados da companhia está agendada para o próximo dia 15 de maio. A empresa, que tem capital aberto, que significa que tem seus valores negociados em bolsa de valores, havia divulgado o balanço preliminar no último dia 28 de abril, na Segunda Vara de Falências e Recuperações Judiciais, na Praça João Mendes, Centro da Capital paulista.

No pedido a desenvolvedora de sistemas Websoul, feito em 2019, explica que há necessidade de que seja decretada a falência porque a Saraiva não teria operação viável e que a ação tem por objetivo cobrar dívida de R$ 380 mil. Em julgamento em 2021 o valor foi revisto, subindo para R$ 401 mil. A Saraiva, então, concordou com o pagamento, em dez vezes, mas teria deixado de cumprir algumas delas desde janeiro de 2023.

“A companhia está aguardando a conclusão de um aporte de recursos que se dará através do mercado de capitais”, explica a Saraiva.

Esse fato fez com que a Websoul solicitasse o bloqueio dos bens, no que foi atendida por uma juíza no dia 14 de abril, que mandou bloquear o valor atual da dívida. Alguns dias depois, no entanto, a Justiça encontrou apenas pouco mais de R$ 50 na conta da Saraiva.

A empresa, entretanto, promete retomar os pagamentos e informa que tem buscado “aporte financeiro e resolução de litígio societário” para reverter a situação.  “Tão logo sejam resolvidas as questões societárias, que viabilizarão a realização das AGE e AGO pendentes e, consequentemente, a conclusão do acordo financeiro de aporte, a Companhia irá retornar os pagamentos”, disse a livraria.

O acordo com os credores determinou que R$ 163 milhões do passivo da Saraiva deveriam ser convertidos em ações, e outros R$ 300 milhões, pagos a partir de 2026. Assim, segundo esse acordo, a família perderia o controle da companhia. A Saraiva, porém, informa que a família continua à frente do comando da rede. “Atualmente a família Saraiva possui 52,02% das ações ordinárias”, encerra a livraria. 

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